POESIAS

POESIAS


O MAL DA GENTE

A gente se deita, se ama, se aceita,
E se espera o sono chegar.
A gente se cobre, se encolhe, se encobre
E espera o frio passar
A gente se arruma, se apronta, se apruma
E espera o bonde passar.
O mal da gente: é esperar.


A gente cochicha, se encontra, se espicha,
E se desespera vendo a vida passar.
A gente se senta, se come, se comenta,
E se desespera vendo a morte chegar.
A gente se cuida, se anula, se atura,
E se desespera vendo o tempo passar.
O mal da gente: é se desesperar.

A gente faz força, faz conta de conta,
E se habitua a ver a guerra chegar
A gente faz filho, faz curso, concurso,
E se habitua a ver a moda passar.
A gente faz plano, faz tudo de tudo,
E se habitua a ver a coisa e deixar.
O mal da gente: é se habituar.

A gente faz graça, se abraça, se gasta,
O mal da gente é se gastar
A gente faz roupa, se rende, se poupa.
A gente se faz tipo, faz tanto e, no entanto.
O mal da gente: onde é que está!?
( Leuda, 31/07/2010)

  • MUDANÇAS DA MINHA VIDA
             I
Amando as flores, 
adorando as rosas.
Esqueci minhas dores
Meu tudo meu nada.
             II
Caminhei sozinha nas
minhas madrugadas
Observei os caminhos
As minhas caminhadas.
              III
Fazendo canção
Cantando canção
Sentir minha vida
bem mais vivida.
             IV
Sem horas tristes
Sem reclamações
Sem palpites
Não descutir razões
Não tinha frustações
           V
Não me importei com nada
Estive presente em tudo
Não pedir satisfações
Foi assim que eu aprendir
A caminhar nesta vida
            VI
Machucando as flores,Despedaçando as rosas
Lembrei minhas dores, meu tudo meu nada.
             VII
Caminhei acompanhada, nas minhas madrugadas
Não observei os caminhos as minhas caminhadas
              VIII
Fazendo canção, ouvindo canção
Dedico-te canção, sentir minha vida
Um pouco menos vivida.
                 IX
Com horas tristes, com reclamações
Ouvindo palpites, eu descutit razões
e tive minhas frustações
                 X
Me importei com tudo, não estiuve presente em nada
Pedir satisfações, não dei satisfações
Foi assim que me ensinaram
A caminhar nesta vida
(Leuda, 17/05/2007)


AGONIA

Como uma nascente
A brotar água cristalina
Que vem não se sabe donde
Lágrimas estão caindo
Numa velocidade felina.
A dor cada dia crescente
Empalidece o sorriso
Hoje mais triste que ontem.
Elas estão indo e vindo
Pegando carona na saudade.
Lágrimas estão fluindo
 E eu estou só aqui.
Sem saber para onde ir. Sem saber onde repousar
Este sofrimento angustiante.
É tamanha a impotência
A vida parece não suportar Quer do campo minado sair
mas não sabe pra onde soprar.
Num relâmpago some
Volta num instante
Sempre a mesma dor
Volta a solidão,
Lágrimas voltam a rolar.
(  Leuda, 04/05/2009)



SUSSURRO DA ALMA

A alma que cvhora
curvou-se diante da dor
E nela presa ficou.
O seu sorriso foi embora
Já não alegra o meu temor
Só lembrança terna ficou.
A alma que está gritando
 Cortada por uma navalha
Debruçada na saudade
Coração de dor sangrando 

Foi só o que me restou
Num desânimo que se espalha
Não tenho mais o seu amor
É impossível assim viver
Presa em tanto dissabor
A alma.... está.....cálida......



TEU NOME

Ah! mãe!
Nome doce...
Tem você minha vaidade.
Onde estás?
No céu ou a meu lado?
Imensa minha saudade,
Ainda atordoada no peito

Como está mãe!?
Onde posso, eu querida,
Sua cabeça branca encontrar?
Tão doce imagem embravecida
Amada minha

Sou grata
Ó mãe querida
Uma mulher sem igual
Santa minha
Amada mãezinha.
( Leuda, 16/04/2009)



PRIMAVERA

Flores, diversas enfeitam um jardim
Pássaros entoam a sinfonia da floresta
Mas, não vencem a selvagem fera
Que fez sua moradia em mim.

Primavera, tão logo chega o teu fim
Tão depressa os pássaros cessam seus cantos

De repente fogem dos bosques os teus encantos
E por quê, continuo eu a viver assim?

Por que primavera, o canto lindo dos pássaros
nos corações penetrantes
Nunca encontra meu rosto sorrindo
E sim, com uma dor angustiante?
Primavera, por que este bosque bonito
Não me tira da irrealidade das minhas obsessões?
Por que primavera, continuo sempre a ter ilusões
De sorrir, se tenho um sofrimento infinito?

Primavera, mesmo assim, posso sentir
que tu és linda, mas, que adianta seres assim
Se o Deus que te fez, plantou em mim
Tudo aquilo que negou a ti?

Primavera, quando fores embora
Leva contigo o meu sofrimento tolo
Faça das tuas realidades, o meu consolo
E faça-me crê, como não creio agora.

Não primavera, sei que não levarás
Esta imensa dor que me faz penar
Sei que vai embora e depois voltar
E sei também, que tristes ainda, me encontrarás.

( Leuda, 30/07/2010)