sábado, 3 de dezembro de 2011

EDUCAÇÃO E ASSISTENCIALISMO

Quando dei ao meu blog o título de "Educar não é Assistencialismo", não pressupõe que sou contra aos Programas Sociais, menos ainda que este se estenda às escolas. No meu modo de pensar esses programas foram criados com o objetivo de garantir àquela parcela marginalizada da sociedade, o direito à dignidade, saúde, de uma sociedade mais justa e sobretudo, uma educação de qualidade para todos.
Sou a favor dos programas sociais, mas não concordo com o caráter assistencialista que os políticos incorporam aos programas, nossos políticos confundem programas sociais com assistencialismo barato. De acordo com os dogmas dos políticos os programas foram criados com um único objetivo de manter a população carente sob seu julgo, eles são usados como currais eleitorais. O que observo, pelo menos aqui na minha cidade, assistência social é mais um aparelho do Estado para angariar votos, vejo também que essa prática não é privilégio só do meu Estado. Quando da campanha eleitoral da então "presidenta" Dilma, a distribuição da bolsa-família quadruplicou, aumentou-se o número de filhos por família ao seu ingresso. Quando da sua eleição até a criação do bolsa-cegonha foi cogitado.
O PETI- Programa de Erradicação do Trabalho Infantil, na sua essência, é fantástico, mas o que se observa é que este não esta cumprindo a missão para o qual foi criado. Sei que não é fácil  acabar com o trabalho infantil, mas esse programa não atinge a meta nem de 60% da erradicação desse trabalho. Crianças continuam trabalhando, veja isso na minha cidade, nos grandes centros urbanos, vendendo balas, engraxando, etc.
Atrevo-me até mesmo a falar que o bolsa-família contribuiu para o aumento populacional, não é raro encontrarmos meninas de 12 anos grávidas e quando questionadas, citam os tais programas. E quando falo que na minha cidade houve um aumento de meninas-mães-solteiras, falo com embasamento nas minhas pesquisas de campo. Quando determinado aluno/a está bagunçando na sala de aula e lhes pergunto quais seus objetivos para o futuro, o que ouço me deixa triste: "só estou aqui para receber meu dinheiro, quando acabar, adeus colégio", "relaxa professora, o governo cria meu filho", " tá perdendo seu tempo, quando acabar o bolsa-família, vou ser ladrão de banco e serei rico".
Chocante não, mas está é a nossa realidade, não estou generalizando, não estou afirmando que essa realidade se estende às demais escolas ou regiões. Nem mesmo os pais dessas crianças-adolescentes, estão comprometidos com esse programa, usam o pouco que recebem para outros fins que nada tem haver com educação. Um dia estava na fila de um banco, quando chegou uma mãe aparentando uns 16 anos, aos gritos: " vamos cambadas de preguiçosos, quero logo o meu dinheiro para tomar minha cervejinha, obrigada Dilma". Triste não. Partindo desse pressuposto, digo, para se distribuir programas remunerados tem que existir um critério, vigilância, cobrança, acompanhamento dos órgãos que os oferecem. Mas não há critérios, há votos envolvidos. 
Sempre ouço os detentores do poder falando que tiraram a população da miséria , agora digam: Duzentos reais, quarenta e cinco reais ou dois mil reais mal empregado e gerenciado faz alguma diferença frente ao custo de vida tão caro que é no nosso Brasil?
Educação não é só assistencialismo, ela vai além de uma bolsa-família. Assistência Social da forma como é empregada nas escolas da minha cidade, em nada contribuem para a aprendizagem do aluno, o que as nossas escolas precisam é de dentista, para atender alunos carentes, de uma merenda escolar de qualidade, de psicólogos para ajudar os professores com aqueles alunos problemas , de oculista,Pedagogos, enfim, de profissionais qualificados, tanto na área educacional como na área médica

Um comentário:

  1. A educação e a humanidade
    Educação – como definir?
    Instrução/catequização? Ensino? Polidez? Afinal o que é e quando se inicia o processo educacional de um ser ou de uma nação?
    O processo educativo é mais complexo do que imaginamos – não se limita ao que se absorve no cotidiano instrutivo na vida dos seres. Presenciamos diariamente, pessoas bem dotadas de conhecimentos e capazes profissionalmente, porém apresentando posturas que as destacam como indivíduos grosseiros e mal educados.
    A educação inicia-se com o nascimento, quiçá no período gestativo e se estende por toda vida lúcida de um ser; representa um fenômeno que envolve aprendizado completo e “partilha” de saberes e informações, com postura adequada em todos os segmentos da vida humana...
    Quando se pronuncia que alguém é mal educado, quase sempre não se refere à sua vida escolar; ao seu grau de instrução, mas sim à sua postura de grosserias/indelicadezas perante aos demais, assim como ocorre presenciarmos posturas louváveis de pessoas não agraciadas por uma escolaridade, mas que as atitudes lhe conferem rótulo de cidadão educado e aí retornamos à indagação: como se definir o termo EDUCAÇÃO?
    Paulo Freire a diferencia da definição tradicional, ao eliminar a total soberania do educador sobre o educando, o que chamou de Educação Libertadora – a Pedagogia da Esperança, carregada de perspectiva; com uma troca mútua entre educador e educando, onde o saber é construído e compartilhado sem um detentor único.
    Educar significa edificar o cidadão como pessoa humana, de forma que este não se considere único e entenda que todos têm o direito de igualdade social e jurídica; que todos precisam cumprir com os direitos e deveres formalizados à humanidade, que tais direitos e deveres são e devem ser iguais para todos, embora existam os privilégios de alguns, mas que tais privilégios devem ser eliminados...
    Para um dos maiores visionários do uso da tecnologia na educação, o educador sul-africano Seymour Papert, a tecnologia – na época o computador é de fundamental importância no processo educativo da criança. Na década de 60, dizia ele que toda criança deveria ter um computador em sala de aula. Hoje ainda não é muito simples a utilização das tecnologias como ferramentas pedagógicas, pelo fato da resistência de alguns colegas professoras/es e/ou gestoras/es, que ainda não incorporaram esta nova metodologia pedagógica. Na época, as teorias de Papert tornaram-se muito fictícias, mesmo que, em sua busca visionária, tenha desenvolvido o Logo - linguagem de programação totalmente voltada para o processo educacional.
    Segundo Papert (PAPERT 94) o uso educacional do computador classifica-se em Instrucionismo e Construcionismo:
    * Instrucionismo – fundamentado na arte de ensinar, onde ocorre a transmissão do conhecimento, através do repasse da informação pelo professor, ao aluno, que considerado dependente de tal conhecimento, deve esforçar-se para assimilá-lo. Assim ocorria a Instrução Auxiliada por Computador, o CAI (Computer Assisted Instruction), onde o computador assumiria o papel de máquina de “ensinar” (VALENTE).
    * Construcionismo - o aprendizado ocorre de forma ativa e oportuna do aluno que constrói o próprio conhecimento. O aluno, através de softwares adequados, se auto-educa/capacita, praticando tarefas de "ensinar" o computador (VALENTE). Como exemplo bem característico desta filosofia, podemos citar a linguagem de programação Logo, desenvolvida pelo próprio Seymour Papert, por volta de 1967/68, onde o usuário cria os passos e ensina o computador (através do software) a seguir os comandos, para depois excuta-los, conforme ordenado.
    Nesse sentido, a educação se confunde com instrução/aprendizado/auto-aprendizado, sendo observada mais por uma ótica de absorção/construção de conhecimentos do que de formação/aprimoração humano-cristã.
    Comente o que você leu, critique, avalie, aprimore... Posicione-se com seu entendimento/conhecimento sobre EDUCAÇÃO.
    João Batista.

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